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quinta-feira, 23 de maio de 2013

Ajuda federal permitirá reajuste de trem, metrô e ônibus menor em SP

O governo vai suspender a cobrança de dois impostos federais que incidem sobre as tarifas de transporte coletivo urbano em todo o país a partir do próximo mês. Preocupado com o impacto do reajuste destes preços sobre a inflação, a equipe econômica resolveu zerar a alíquota de PIS e Cofins que é paga pelas empresas de ônibus, metrô e transporte de passageiros por barcos. Tarifas de trem, metrô e ônibus de SP subirão para R$ 3,20 Aumento de tarifa já gerou agitação política em outras capitais Análise: Cálculo que definiu reajuste de trem e metrô foi político A medida, que entrará em vigor no dia 1º de junho, contribuiu para reduzir o reajuste no preço das tarifas de ônibus municipais, metrô e trens da CPTM, que a prefeitura de São Paulo e o governo do Estado farão a partir do dia 2. A desoneração também terá impacto sobre os reajustes esperados nas passagens de transporte coletivo em outras cidades do país. Como a Folha antecipou no início de março, a medida estava em gestação há meses e aguardava uma avaliação da área técnica da equipe econômica sobre qual o espaço que o governo teria para fazer a renúncia fiscal.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Comissão da Verdade fala em rever Lei da Anistia, mas ministro se opõe

Integrantes da Comissão Nacional da Verdade indicaram ontem a intenção do colegiado de recomendar em seu relatório final a revisão da Lei de Anistia, que hoje impede a responsabilização de agentes públicos envolvidos nas mortes, torturas e desaparecimentos da ditadura militar (1964-1985). Em linha oposta, o ministro Celso Amorim (Defesa) disse à Folha que, independentemente de eventuais recomendações da comissão, o governo Dilma Rousseff não respalda qualquer tentativa de punição de militares. Leia a íntegra do balanço sobre o primeiro ano de trabalho da Comissão Veja a apresentação feita pelo coordenador Paulo Sérgio Pinheiro Veja a apresentação feita pela pesquisadora Heloísa Starling Ontem, a comissão fez um evento para divulgar o balanço de um ano de trabalhos. "As autoanistias, dentro do direito internacional, não valem. Se nós estamos de acordo com isso, nós vamos ter, sim, que recomendar que esses casos sejam judicializados pelo direito interno", afirmou Rosa Cardoso, nova coordenadora do colegiado. No mesmo sentido falou Paulo Sérgio Pinheiro. " A minha posição é igual à da sentença da Corte [Interamericana de Direitos Humanos, que em 2010 entendeu que as graves violações aos direitos humanos no Brasil devem ser punidas]". Para Maria Rita Kehl, também integrante da comissão, "se a sociedade vai se mobilizar ou não para medir alguma mudança nos termos dessa Lei de Anistia, ao qual fomos praticamente submetidos ao final da ditadura, isso vai depender muito da imprensa". Outros dois membros presentes, José Carlos Dias e José Paulo Cavalcanti, não se pronunciaram. Não apareceram ontem Claudio Fonteles, que é favor da mudança, e Gilson Dipp, doente. Em 2009, o Supremo Tribunal Federal decidiu manter o entendimento de que a Lei de Anistia se aplica a crimes cometidos por ambos os lados na ditadura. Desde a criação da comissão, militares afirmam que o objetivo final do grupo é responsabilizá-los pelos crimes ocorridos. Amorim, que como ministro da Defesa é chefe das três Forças, afirmou que a vontade de revisão "não é a linha do governo". "Nós respeitamos a opinião e o julgamento que eles [membros da comissão] tenham, mas o governo não proporá, não promoverá e não estimulará nenhuma punição nem a revogação da Lei da Anistia", disse à Folha.

terça-feira, 21 de maio de 2013

Previsto para ficar no ar durante 3 meses, remake "Dona Xepa" estreia nesta terça-feira (21)

om previsão inicial de 96 capítulos, o remake "Dona Xepa", da Record, estreia nesta terça-feira (21), às 22h15. Além de ser considerado um folhetim de sucesso na televisão brasileira, uma das apostas é o formato compacto, já que terá duração de três meses. Com a atriz Ângela Leal interpretando o papel principal, Xepa será uma feirante guerreira, que foi abandonada pelo marido Esmeraldino (José Dumont) e faz de tudo para sustentar os filhos, a advogada Rosália (Thais Fersoza) e o estudante de arquitetura Édison (Arthur Aguiar). "A Xepa é a Dilma [Rousseff] do século 21, é atemporal", metaforizou Ângela em entrevista ao UOL, que disse se identificar com a solidariedade e o amor incondicional da personagem pelos filhos. A trama é escrita por Gustavo Reiz, inspirada na peça teatral homônima, com colaboração de Joaquim Assis, Mário Vianna, Mariana Vielmond e Valéria Motta. Com um orçamento total de R$ 200 mil, os capítulos podem diminuir. "A ideia é reduzir e diluir os custos", afirmou o diretor Ivan Zettel, durante filmagem na cidade de São Paulo. Ambientada em São Paulo, a novela transita pela feira livre no bairro precário Vila do Antigo Bonde e na alta sociedade, abordando questões sociais, que influenciam no cotidiano. Avanço imobiliário sobre as regiões residenciais, ascensão da classe C, a busca desmedida pela fama, a influência da internet e das redes sociais na vida das pessoas, serão alguns dos temas discutidos. Com personagens facilmente reconhecíveis na sociedade, "Dona Xepa" traça um retrato da realidade brasileira, com uma história humana, divertida e atual. A primeira "Dona Xepa" foi escrita por Gilberto Braga, dirigida por Herval Rossano e exibida na Rede Globo, em 1977. Dona Xepa, Rosália e Édison foram interpretados respectivamente, por Yara Côrtes, Nívea Maria e Reynaldo Gonzaga. Em 1990, a novela ganhou uma adaptação na TV Globo. Chamada "Lua Cheia de Amor", tinha Marília Pêra no papel de Genú (Xepa), Isabella Garcia no papel de Mercedes (Rosália) e Roberto Bataglin como Rodrigo (Édison).

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Ministro do PSB atua contra candidatura de Eduardo Campos

Indicado por Eduardo Campos para a Esplanada dos Ministérios, o ministro Fernando Bezerra (Integração Nacional) lidera um motim no PSB contra a candidatura do governador de Pernambuco --e padrinho político-- à Presidência da República. Bezerra é, no partido presidido por Campos, um dos mais fervorosos defensores da reeleição de Dilma Rousseff e tem reunido integrantes do PSB em seu gabinete para articular a derrota da tese da candidatura própria na Executiva do partido. O ministro já conversou com os governadores da legenda, entre eles Ricardo Coutinho (PB) e Renato Casagrande (ES), além de parlamentares da legenda. Um dos últimos encontros ocorreu há alguns dias com o senador João Capiberibe, que tem o controle da legenda no Amapá. Segundo relatos de quem ouviu o ministro, ele tem argumentado que o PSB será prejudicado em suas alianças estaduais caso tenha candidatura própria. Bezerra até fez chegar ao Palácio do Planalto sua disposição de deixar o PSB caso Campos insista na candidatura. Além de negociar com o próprio PT, Bezerra conversa com o PSD, de Gilberto Kassab, e com o PMDB. Sua rebeldia tem origem no Estado de Pernambuco. Bezerra cobiça a cadeira de Campos, que manifesta preferência por outros nomes. Ontem Campos convocou a imprensa para anunciar o fim do racionamento de água em Recife e Jaboatão e não quis falar sobre eleições. "Hoje só falo de água." OFENSIVA A aproximação com Bezerra é uma ponta da estratégia petista de desmonte do palanque de Campos país afora. Numa operação orquestrada pelo PT, o PMDB trabalha para tirar o controle do partido em Pernambuco das mãos do ex-senador Jarbas Vasconcelos, apoiador de Campos, e entregá-lo ao prefeito de Petrolina, também candidato ao governo. No Espírito Santo, o presidente do PT, Rui Falcão, já esteve com o governador para negociar sua neutralidade no Estado em troca do apoio petista à sua reeleição. Quatro dias depois, Casagrande defendeu, publicamente, a manutenção da aliança do PSB com Dilma. Na quarta passada, Falcão e o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, prestigiaram a solenidade que marcou a migração de 20 filiados do PSB para o PT. Todos ocupantes de cargos comissionados no governo Agnelo Queiroz (PT-DF). Em Goiás, a saída do empresário José Batista Júnior, um dos donos do grupo JBS-Friboi, do PSB para o PMDB é apontado como mais um lance do cerco do PT e seus aliados a Campos. Até então filiado ao PSB, o empresário era uma das apostas de Campos para sustentação de seu palanque nacional. O assédio ao PSB tem provocado até um mal-estar entre Campos e o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab. Tendo recebido o apoio do governador de Pernambuco para a construção de seu partido, Kassab tenta atrair integrantes do PSB para os quadros do PSD: além de Bezerra, conversa com os irmãos Cid e Ciro Gomes.

Ministro do PSB atua contra candidatura de Eduardo Campos

Indicado por Eduardo Campos para a Esplanada dos Ministérios, o ministro Fernando Bezerra (Integração Nacional) lidera um motim no PSB contra a candidatura do governador de Pernambuco --e padrinho político-- à Presidência da República. Bezerra é, no partido presidido por Campos, um dos mais fervorosos defensores da reeleição de Dilma Rousseff e tem reunido integrantes do PSB em seu gabinete para articular a derrota da tese da candidatura própria na Executiva do partido. O ministro já conversou com os governadores da legenda, entre eles Ricardo Coutinho (PB) e Renato Casagrande (ES), além de parlamentares da legenda. Um dos últimos encontros ocorreu há alguns dias com o senador João Capiberibe, que tem o controle da legenda no Amapá. Segundo relatos de quem ouviu o ministro, ele tem argumentado que o PSB será prejudicado em suas alianças estaduais caso tenha candidatura própria. Bezerra até fez chegar ao Palácio do Planalto sua disposição de deixar o PSB caso Campos insista na candidatura. Além de negociar com o próprio PT, Bezerra conversa com o PSD, de Gilberto Kassab, e com o PMDB. Sua rebeldia tem origem no Estado de Pernambuco. Bezerra cobiça a cadeira de Campos, que manifesta preferência por outros nomes. Ontem Campos convocou a imprensa para anunciar o fim do racionamento de água em Recife e Jaboatão e não quis falar sobre eleições. "Hoje só falo de água." OFENSIVA A aproximação com Bezerra é uma ponta da estratégia petista de desmonte do palanque de Campos país afora. Numa operação orquestrada pelo PT, o PMDB trabalha para tirar o controle do partido em Pernambuco das mãos do ex-senador Jarbas Vasconcelos, apoiador de Campos, e entregá-lo ao prefeito de Petrolina, também candidato ao governo. No Espírito Santo, o presidente do PT, Rui Falcão, já esteve com o governador para negociar sua neutralidade no Estado em troca do apoio petista à sua reeleição. Quatro dias depois, Casagrande defendeu, publicamente, a manutenção da aliança do PSB com Dilma. Na quarta passada, Falcão e o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, prestigiaram a solenidade que marcou a migração de 20 filiados do PSB para o PT. Todos ocupantes de cargos comissionados no governo Agnelo Queiroz (PT-DF). Em Goiás, a saída do empresário José Batista Júnior, um dos donos do grupo JBS-Friboi, do PSB para o PMDB é apontado como mais um lance do cerco do PT e seus aliados a Campos. Até então filiado ao PSB, o empresário era uma das apostas de Campos para sustentação de seu palanque nacional. O assédio ao PSB tem provocado até um mal-estar entre Campos e o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab. Tendo recebido o apoio do governador de Pernambuco para a construção de seu partido, Kassab tenta atrair integrantes do PSB para os quadros do PSD: além de Bezerra, conversa com os irmãos Cid e Ciro Gomes.

domingo, 19 de maio de 2013

Depoimento: Sem nenhuma pose teatral, Nara Leão era suave e meiga em tudo

Cantoras são pessoas especiais. Pessoas, não. Artistas. Chamá-las de divas, como se fazia no passado, caiu em desuso por falta de grandeza bastante na palavra, para designar as estrelas. Caixa com 13 discos recupera fase de ouro de Nara Nara era uma moça que gostava de cantar. Simplesmente isso. E cantar simplesmente --como quem canta só porque gosta. Quando apareceram as primeiras oportunidades de se mostrar cantando, não foi uma cantora que se mostrou. Foi uma pessoa, uma moça que cantava. Veja Fotos Cantando de um jeito muito especial: simplesmente cantando. Nenhuma pose ensaiada, nada de olhares e sorrisos fabricados no espelho. A voz suave, uma espécie de meiguice sonora, vinha natural e carinhosa da suavidade que era a própria Nara. Quando chegou, sem demora, a oportunidade do primeiro disco, nada da excitação e dos ares de ocasião extraordinária, típicos da situação. Nara chamou uns poucos conhecidos no fim de tarde de um domingo --Thereza Aragão, Gullar, eu e, não me lembro, mais alguém-- para uma conversa de escolhas das músicas. Duas horas de conversa com toda a naturalidade. Como se fazer um disco profissional, para gravadora importante, fosse uma banalidade na vida de Nara. E na nossa. Dias depois, Nara me pediu para fazer a capa de "Opinião de Nara" (1964). Gostara das suas fotos que fiz, suponho que em ensaio da peça-show "Opinião". Montei com duas fotos diferentes o mesmo modelo de capa --quase toda branca, para destacar-se no mundaréu de cores das lojas de discos. Nara não escolheu a minha preferida, e lembro do que disse: "Me mostra diferente das fotos que sempre fazem de mim". Usei a outra foto na contracapa, mas deu-se o desastre. Perderam esta parte da arte-final e encheram o espaço com uma bagunça de textos. O sucesso de Nara foi rapidíssimo. Mas sucesso da moça que gostava de cantar. Nara não passou a ser "a cantora". Nada de roupas feitas para os shows, penteados e maquiagens arquitetônicos, arranjos decorativos no camarim. Nenhuma pose teatral. Todo o jeito só do jeito dela. Suave em tudo, em tudo meiga. A capa do disco seguinte, "O Canto Livre de Nara" (1965), teve também seu incidente. Desta vez, o preto predominava (as lojas de discos estavam cheias de capas brancas). E a foto, no centro, que seria em cor esmaecida, foi impressa em preto. Economias ordinárias, para poupar a terceira cor. A novidade do segundo incidente foi gerar um mistério. Há poucos anos, Ruy Castro me mostrou a edição japonesa desse disco, em CD mais ou menos recente. E lá estava a capa, tal como na arte-final, em preto, palavras em vermelho vivo, foto em sépia esmaecido. Não entendi como isso pôde acontecer. Até que, puxando lembranças para atender ao pedido desse texto, revi na cabeça a arte-final emoldurada por Nara. E logo com vidro e a leve moldura quebrados por ela, diante de mim e do nosso amigo Dico Wanderley, ao sentar na poltrona sem notar que o quadro estava sob um casaco, quase todo encoberto. O cartão não se rasgara. Segundo Dico, seria um presente para mim. Com a edição do original no Japão, não deixou de ser. A palavra nara, para os adeptos de palavras cruzadas, significa "o inferno dos malês". Mas Nara é enlevo, e pode ser saudade.