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sábado, 24 de agosto de 2013

'Empresários não deveriam repassar dólar para os preços', diz Guido Mantega

ministro Guido Mantega (Fazenda) aposta no recuo da cotação do dólar e apela ao empresariado que, nesse caso, não repasse a alta do câmbio dos últimos dias para os preços. Para ele, o patamar registrado nesta semana, com a cotação a R$ 2,45, "não é bom para ninguém". O ministro diz que seu apelo vale para a Petrobras, que não deve levar em conta o pico das cotações ao definir um reajuste da gasolina e do diesel. Ele sinalizou, contudo, que um aumento de combustível, como pleiteia a estatal, virá ainda neste ano. Segundo ele, a Petrobras tem uma política de reajuste que implica mais de um aumento por ano -neste, só houve um, em janeiro. Guido adverte: os especuladores que apostam apenas na alta do dólar podem "quebrar a cara". Ele também voltou a prometer que o governo será mais transparente na área fiscal. * Folha - O mercado ainda enxerga certa fragilidade na área fiscal do governo. Vem uma sinalização na meta de superavit [economia que o governo faz para pagar os juros da dívida] de 2014? Guido Mantega - Ainda estamos discutindo os números. Acreditamos que um bom desempenho fiscal ajuda a manter a confiança na economia brasileira. O que posso dizer é que a dívida líquida vai continuar caindo. Essa diretriz será mantida e com mais transparência em operações que poderiam suscitar dúvidas. O sr. disse que revisou o crescimento deste ano para 2,5%. E no próximo ano? Nossa previsão será de 4% para o próximo, 4% para 2015 e 4,5% para 2016. É factível, num cenário de muita incerteza? Não teme ser tachado de otimista? Não. Apesar da turbulência, a economia mundial está dando sinais de ligeira melhora. Com este cenário, você terá uma recuperação do comércio internacional, uma das molas mestras do crescimento global. A perspectiva é de melhorar, mesmo porque é difícil piorar. Quando a inflação começou a cair, o dólar subiu. A inflação vai voltar a subir? A inflação tem uma trajetória sazonal. Começa alta no início do ano, vem caindo, atinge seu menor patamar em julho, depois volta a subir. O importante é a velocidade de crescimento, para que ela esteja dentro dos parâmetros normais. Por exemplo, que a inflação de agosto fique em torno de 0,30%. Mas o dólar não pode prejudicar isso? O dólar, se ficar insistentemente elevado, pode influenciar, trazer uma pressão. Até agora apareceu muito pouco. Mas é aconselhável que, se essa subida do dólar for revertida, e ela pode ser revertida, os empresários não repassem isso para os preços. Seria bom que não repassassem. Vale também para a Petrobras. Não tem sentido dar aumentos em razão do aumento do dólar. Mesmo porque são aumentos extemporâneos. Não devemos nos precipitar, temos de aguardar e não antecipar repasses que podem ser desnecessários. Não haverá aumento da gasolina no curto prazo? Não estou dizendo isso. Estou dizendo que não vai ter repasse do aumento do câmbio em momentos de volatilidade. Essa é a regra na Petrobras, que trabalha com uma tarifa média, não repassando picos. Tivemos uma situação excepcional, o que não significa que não vai ter reajuste. Mas antes disso a Petrobras já pedia um reajuste de preços. A Petrobras sempre pede. Ela tem uma política de mais de um reajuste por ano, mas sem olhar a questão cambial de momento. Há uma ala do governo que considera um dólar a R$ 2,40 positivo para a indústria. O sr. está dentro desse grupo? Não, esse dólar alto não é bom para ninguém. Essa subida com essa volatilidade não é boa para ninguém, porque os empreendedores retardam suas operações. Mesmo os que ganham com um dólar mais valorizado, os exportadores, dão uma parada para ver a quanto vai o dólar. Atrapalha todo mundo. Eu, como ministro da Fazenda, tenho de me preocupar com um cenário mais estável. E esse dólar não é favorável. Claro que, no longo prazo, para os exportadores, o dólar mais caro é favorável. Mas, no curto prazo, não é, e, portanto, combatemos isso. Por que o real é uma das moedas que mais sofrem neste momento? Entre outras coisas, porque temos um mercado mais líquido. Não temos problemas de fluxo de dólares. Tanto que não há pressão no mercado à vista, mas há investidores aproveitando a onda de desvalorização para ganhar no mercado futuro. E nosso mercado é bem regulado, é seguro fazer aplicação de derivativos aqui. O que não acontece em outros países. Agora, é bom deixar claro que essa pressão do dólar, no nosso caso, não é saída de capitais, não é perda de reservas, como em outros países. Aqui é hedge e especulação. Qual é o recado para os especuladores? Você pode ganhar, mas pode perder. Porque o nosso câmbio é flutuante. Então, é preciso tomar cuidado. Houve época em que nosso câmbio flutuava só para um lado. Se você apostar demais numa direção, pode quebrar a cara. Os últimos dados do Ministério do Trabalho mostram que a geração de empregos está perdendo força. O desemprego vai subir? O que acontece é que estamos gerando menos emprego. Neste ano geramos até agora 900 mil novos empregos, o suficiente para o mercado de trabalho. Não dá mais para gerar 2 milhões de empregos, como em anos de disponibilidade de mão de obra. Agora, 900 mil está de bom tamanho. Está gerando menos, porém também há menos necessidade de emprego, porque a maior parte da população está empregada, há quase pleno emprego em vários setores.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Governo quer força total nas obras da Copa

O governo federal vai realizar uma ofensiva para concluir 1,6 mil obras de turismo para a Copa do Mundo de 2014. Os dados, obtidos pelo jornal O Estado de S. Paulo, serão divulgados, nesta sexta-feira, 23, pelo Ministério do Turismo. A ideia é mostrar que esse "legado", ao ficar pronto, vai comprovar que a atuação do governo em relação ao grande evento vai além da mera construção de arenas esportivas. Leia também: Valcke diz que está "tranquilo" com andamento das obras para Copa Copa atrairá 600 mil turistas estrangeiros, segundo Embratur A ordem é que essas obras, que incluem pavimentação de estradas, sinalização de destinos turísticos e centros de convenções, recebam atenção total nos próximos nove meses. Desse volume de empreendimentos, cerca de 900 estão em estágio avançado, e outros 700 têm o sinal de alerta ligado no cronograma. Ao todo, o Ministério do Turismo tem 5.163 obras em andamento, que consomem um orçamento de R$ 2,15 bilhões - o equivalente a 80% de tudo o que a pasta têm. Segundo o ministro do Turismo, Gastão Vieira, a própria presidente Dilma Rousseff deve participar das cerimônias de inauguração dos principais empreendimentos, como o Centro de Eventos de João Pessoa (PB), programado para ficar pronto em maio do ano que vem. "Precisamos romper com um ciclo vicioso de ineficiência no gasto com o turismo, e a presença do governo federal será crucial para demonstrar que esses investimentos podem acelerar a economia da região", disse Vieira. "Há locais como Pipa (RN), Jericoacoara (CE) ou Lençóis Maranhenses, por exemplo, que são maravilhosos destinos turísticos, mas têm infraestrutura precária, e isso aumenta o custo para o turista", afirmou. Entre os Estados, São Paulo é o que tem o maior volume de intervenções federais em andamento (são 724 obras), que correspondem a R$ 563,7 milhão. Mas o melhor índice de desempenho fica com o segundo colocado, o Ceará, que tem 398 obras em andamento (num total de R$ 273,4 milhões em investimentos), e apenas 1,1% está atrasada. Quase 90% de todas as obras tocadas pelo Ministério do Turismo são propostas de emendas parlamentares. Segundo Vieira, a pasta tem ainda cerca de R$ 500 milhões parados, que podem irrigar empreendimentos de infraestrutura nos municípios. O dinheiro ficará no caixa do Ministério do Turismo até junho de 2014, quando retornará ao cofre do Tesouro Nacional caso as prefeituras não se habilitem a tomar esses recursos. "Basta ao prefeito resolver pendências na Caixa, e o dinheiro estará liberado", afirmou o ministro.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Copa tem mais de 1 milhão de ingressos solicitados no primeiro dia de venda

Fifa divulgou nesta terça-feira a primeira parcial de solicitações de ingressos para a Copa do Mundo de 2014. Segundo a entidade mais de 1 milhão de entradas fora pedidas pelos torcedores. Brasil, Estados Unidos, Chile e Inglaterra foram os países com maior procura. "Os jogos mais concorridos são de longe a abertura na Arena de São Paulo (mais de 168 mil pedidos) e a final no Maracanã (mais de 165 mil). Torcedores têm até o dia 10 de outubro de 2013 para solicitar ingressos nesta primeira fase de vendas", diz comunicado da Fifa. A primeira fase de vendas dos ingressos para a Copa de 2014 começou nesta terça-feira , no site da FIFA. É possível solicitar entradas para todas as categorias (1 a 4) até o dia 10 de outubro. Vale lembrar que o esquema de vendas é o mesmo da Copa das Confederações, com a realização de sorteios caso a procura seja maior que os ingressos disponíveis. No site, o usuário encontra os lugares disponíveis dentro do estádio e uma tabela de preços, que variam de R$ 30 (o preço da meia-entrada na categoria 4) a R$ 1.980 (na categoria 1) para ingressos individuais, e de R$ 594 a R$ 6.700 para pacotes com até sete entradas para assistir a jogos de diferentes rodadas. Cerca de duas horas após o início da venda dos ingressos, entradas para algumas partidas da Copa já eram classificadas no site da Fifa como de alta demanda. Os ingressos de todas as categorias para o jogo de abertura da Copa, no dia 12 de junho, em São Paulo, e para a final do torneio, no dia 13 de julho, no Rio de Janeiro, estão entre os mais concorridos. O início da venda dos bilhetes também foi marcado por problemas no site da entidade máxima do futebol. Ainda na manhã desta terça-feira, as solicitações dos tíquetes para alguns jogos do Mundial apareceram como bloqueadas na página da Fifa. Por volta das 7h30, quem tentou solicitar um ingresso para o segundo jogo da Copa do Mundo que será realizado em Manaus, no dia 22 de junho, por exemplo, teve problemas. O mesmo aconteceu com quem buscava um ingresso para o segundo jogo do Mundial que acontecerá em Porto Alegre, também no dia 22. Em ambos os casos, as solicitações estavam bloqueadas. Procurada, a Fifa informou que o site funcionava bem na abertura das vendas Como comprar? Na primeira fase de venda de ingressos, é possível solicitar entradas para todas as categorias (1 a 4) até o dia 10 de outubro. Vale lembrar que o esquema de vendas é o mesmo da Copa das Confederações, com a realização de sorteios caso a procura seja maior que os ingressos disponíveis. No site, o usuário encontra os lugares disponíveis dentro do estádio e uma tabela de preços, que variam de R$ 30 a R$ 1.980 para ingressos individuais, e de R$ 594 a R$ 6.700 para pacotes com até sete entradas para assistir a jogos de diferentes rodadas. (Veja infográfico abaixo) E quem quiser ver a abertura da Copa, vai ter que pagar bem mais caro pelas entradas. O ingresso para a partida, que vale pela primeira fase da competição, custa mais que o dobro do que o dos outros jogos da mesma etapa. Na categoria um 1 (que dá acesso aos melhores lugares), o preço chega a R$ 990 contra R$ 350 de um ingresso para qualquer outro jogo desta fase. Garantir um lugar na final também não sai barato. Uma entrada na categoria 4, que é mais em conta, não fica por menos que R$ 330.

domingo, 18 de agosto de 2013

Desembolso para cobrir custo das termelétricas já é o é dobro do previsto

uso contínuo de energia das termelétricas gerou um gasto bilionário para o governo. O valor desembolsado até junho pode chegar ao dobro do previsto para o ano. O pagamento dessa energia, mais cara e mais poluente, somava até junho R$ 3,9 bilhões, segundo a Eletrobras. Em maio, o ministro Edison Lobão (Minas e Energia) estimou em R$ 2 bilhões o gasto até o fim do ano. A despesa será repassada aos consumidores, ao longo de cinco anos. Segundo o ministro, trará um aumento máximo de 3% na tarifa. Apesar de o relatório de gastos ser contabilizado pela Eletrobras, o ministério contesta os valores. Em nota, técnicos argumentam que outras despesas foram incluídas. O valor efetivo despendido foi de R$ 3 bilhões. Ainda assim, há um aumento em relação aos últimos anos. No ano passado, as térmicas custaram R$ 1,7 bilhão, de acordo com a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). Em 2010 e em 2011, foram R$ 670 milhões e R$ 6,1 milhões, respectivamente. As termelétricas funcionam como um estoque de emergência de eletricidade. Se os reservatórios das hidrelétricas estão com nível baixo de água, o governo autoriza o uso das térmicas (movidas a gás, óleo e carvão) para garantir o abastecimento. Desde o fim do ano passado, as térmicas vêm sendo mais usadas e por mais tempo. Os recursos para evitar que isso bata diretamente no bolso do consumidor saem da CDE (Conta de Desenvolvimento Energético), uma espécie de fundo que banca, por exemplo, o programa Luz Para Todos. O Tesouro tem injetado dinheiro na conta. No início de julho, o saldo da CDE estava em apenas R$ 371,2 milhões. Foram repassados R$ 4,9 bilhões vindos de outro fundo do setor elétrico (RGR -Reserva Global de Reversão). Na semana passada, o Tesouro realizou um terceiro repasse. Já foram injetados R$ 2 bilhões.