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sábado, 19 de janeiro de 2013

Com tarifas mais altas, setor aéreo deve desacelerar em 2013

Apesar da alta esperada para o PIB na casa dos 3%, maior do que o "pibinho" do ano passado, o setor aéreo deverá desacelerar em 2013. O crescimento deverá ficará limitado pelo corte na oferta de assentos por parte de TAM e Gol e pelo provável aumento no preço das tarifas, que deverá ser implementado pelas companhias este ano. Estudo da consultoria Lunica obtido com exclusividade pela Folha mostra que o setor deve crescer de 5,5% ou 6,5%. Movimento nos aeroportos encolhe 2,9% em dezembro Além da conjuntura econômica, o estudo leva em conta valor de preço de passagens, nível de competição ou concentração do mercado, taxa de câmbio, entre outros fatores. Se o setor crescer 6% ou menos, será o pior desempenho desde 2004. Nos últimos cinco anos, estimulado pela entrada da nova classe média, o número de passageiros transportados cresceu 13,2% ao ano, em média. No ano passado, o setor cresceu 6,9%, alcançando 89 milhões de passageiros transportados. "Ano passado foi um ano de ajuste de oferta e aumento da taxa de ocupação dos aviões. Agora que os aviões estão cheios, as empresas vão tentar recompor as margens (aumentando preço)," diz Lucas Arruda, sócio-diretor da Lunica. O setor aéreo é bastante sensível a preço e, para cada 1% de aumento de yield (indicador de tarifa usado pelas empresas), a demanda costuma retrair 1,3%. Arruda prevê que o primeiro trimestre de 2013 será de baixo crescimento, com mais redução de oferta por parte de TAM e Gol, com pequena melhora no segundo semestre. "Azul/Trip e Avianca devem continuar ganhando mercado, com aumento de oferta a partir da substituição de aviões menores por maiores", diz Arruda. OTIMISMO Na última quinta-feira, a Abear, associação das empresas aéreas, divulgou uma projeção mais otimista para 2013: alta de 9%. "Condicionei essa projeção a um cenário de PIB ao redor de 3,5%. É uma aposta. O aumento do salário mínimo foi considerável, os ajustes já foram feitos e a máquina agora vai rodar", diz Eduardo Sanovicz, presidente da Abear. Executivos das próprias companhias aéreas e analistas ouvidos pela Folha consideram, contudo, o número da Abear bastante otimista.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

"Valor de contratação não determina titularidade", diz Tite sobre Pato

O técnico do Corinthians, Tite, afirmou em entrevista ao Band Sports que Alexandre Pato ainda não tem titularidade garantida no time. Segundo ele, o valor de contratação de um jogador não pode determinar sua presença na equipe. “Um dos valores que eu recebi elogio no Corinthians é que valor de contratação não determina titularidade. Se não o Romarinho não teria entrado na final da Libertadores. Não é esse o valor. Não é dessa forma, tem outros parâmetros de avaliação. É o técnico, de momento”, afirmou o treinador. Tite deixou claro que deve manter a mesma formação tática do ano passado. Com isso, o time terá dois atacantes. Emerson Sheik, Paolo Guerrero, Alexandre Pato e Romarinho disputarão as duas vagas. “Posso até usar três jogadores de frente, só que tenho colocado que a ideia inicial são dois. Eventualmente, você vai ter que ser mais agressivo. Normalmente são dois, como estamos utilizando”, explicou Tite. O Corinthians estreia no Campeonato Paulista neste domingo contra o Paulista, em Jundiaí. Nas primeiras rodadas, porém, Tite escalará time reserva. Os titulares só devem entrar em campo a partir da quinta rodada.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Censora inspirou tique de Sinhozinho Malta em "Roque Santeiro"

Tô certo ou tô errado?", dizia o pecuarista Sinhozinho Malta chacoalhando suas várias pulseiras de ouro na novela "Roque Santeiro", proibida de ir ao ar em 1975 e liberada somente dez anos depois pela censura. O cacoete, que virou bordão nacional em 1985, era usado pelo personagem para demonstrar sua autoridade, ou melhor, seu autoritarismo perante a sociedade de Asa Branca, cidade fictícia onde se passava a história. O gesto ligado à imposição de sua vontade não foi fruto do acaso, segundo disse um dos autores da trama, Aguinaldo Silva. O gesto foi "inspirado" em uma famosa censora, Solange Teixeira Hernandes, que foi diretora do Departamento de Censura a Diversões Públicas (DCDP) entre 1980 e 1984. Neste quarto episódio da série especial sobre censura às novelas, o autor relata o encontro um tanto surreal ocorrido entre os dois em Brasília, além de outros detalhes sobre essa novela, que foi um dos maiores sucessos da televisão brasileira ao fazer uma crítica à construção de mitos e o seu uso pelos poderosos para obter ganho econômico, alienar o povo e, assim, manter seu poder. Leia a entrevista: UOL – É sabido que os autores, atores e produtores da Globo tinham que ir a Brasília regularmente para pedir a liberação de cenas vetadas pela censura. Você foi muitas vezes? Aguinaldo Silva – A única vez que eu fui a Brasília foi por causa de um episódio da "Quarta Nobre" [programa extinto da TV Globo que exibia casos especiais]. O programa contava a história de uma família que tinha uma empregada a quem ninguém dava atenção. Ela era muito solitária, portanto, e acabava conversando o tempo todo com o gato. Quando o roteiro do episódio voltou, vimos que todas as cenas do gato haviam sido cortadas. O Boni me chamou e perguntou o que significava aquilo. Eu disse que não sabia e então formamos uma comissão que incluiu, além de mim, o Euclydes Marinho, o Doc Comparato, o Lauro César Muniz e mais algumas pessoas que eu não me lembro. E aconteceu uma coisa bizarra. O avião despressurizou e as máscaras não caíram, aí o piloto teve que pousar em uma cidade próxima a Brasília para que pudéssemos respirar. De lá fomos de carro para o encontro. Inclusive chegamos meio perturbados pelo incidente e todo aquele espírito de contestação que vinha conosco se escapou junto ao oxigênio do avião (risos). E como foi o encontro? A doutora Solange – eles todos adoravam ser chamados de "doutores" – nos recebeu em uma mesa grande e ela usava muitas pulseiras no braço. Ela obviamente se sentava à cabeceira e toda vez que perguntávamos o porquê de um corte, ela começava a responder e balançava as pulseiras, de uma maneira a distrair nossa atenção. Então, quando eu estava escrevendo "Roque Santeiro", coloquei esse cacoete no Sinhozinho Malta, exatamente nos momentos em que ele queria sublinhar sua autoridade perante os outros personagens. Então, embora muita gente reclame a "paternidade" desse gesto, fui eu quem o inventou pensando na "doutora" Solange. E a história do gato? Ah, sim! A história do gato... A gente estava lá, aí o Lauro pedia que eles reconsiderassem uma cena tal, o Boni discutia outra, e a doutora Solange sempre com aquela cordialidade intimidatória, sem nunca esquecer de balançar as pulseiras, claro, e eu ainda meio zonzo da despressurização. Aí uma hora eu respirei e falei: "Mas vocês cortaram o gato do meu especial!" Entreguei o roteiro a ela, ela olhou quem tinha assinado o laudo e mandou chamar a outra censora. Ela perguntou por que, afinal, as cenas do gato tinham sido cortadas. A censora virou e disse: "Ah, doutora Solange... Uma empregada falando com um gato? Aí tem!" Nos documentos de "Roque Santeiro", há muitos pedidos de cortes em cenas que insinuam que o personagem João Ligeiro [Maurício Mattar] era homossexual. No meio da trama, inclusive, ele morre. Foi a censura que mandou matar? De certa forma sim. Na sinopse original, o João Ligeiro era um homem que ficava grávido. O Dias Gomes, que é o criador da história e escreveu apenas os primeiros e os últimos capítulos da história, adorava esse tipo de personagem. Posteriormente se descobriria que ele era, na verdade, uma mulher que foi criada como homem...

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Americanos preferem Oscar para "Lincoln", diz pesquisa

NOVA YORK, 15 Jan (Reuters) - O diretor Ben Affleck e seu "Argo" foram nesta semana os grandes vencedores do Globo de Ouro, mas muitos americanos consideram que Steven Spielberg e "Lincoln" devem ser os principais ganhadores do Oscar em fevereiro. Quase um quarto dos norte-americanos ouvidos na pesquisa Ipsos para a Reuters disse que "Lincoln", drama sobre a guerra civil dos Estados Unidos, merece o Oscar de melhor filme. Para 36 por cento, Steven Spielberg deve levar o prêmio de direção. Apenas 4 por cento manifestaram preferência por "Argo", que narra o resgate de diplomatas do país sequestrados no Irã na década de 1970. A pesquisa tem pouca influência sobre o resultado real da disputa, que é definida em votação entre profissionais do cinema. O Globo de Ouro costuma ser visto como uma prévia do Oscar, mas Affleck não está nem concorrendo ao prêmio de melhor diretor. Para o Oscar de melhor ator, o favorito do público é Daniel Day-Lewis, pelo papel de Abraham Lincoln no filme de Spielberg. Ele teve 22 por cento das citações, contra 16 por cento de Denzel Washington, por "Flight". Hugh Jackman, que recebeu um Globo de Ouro por sua participação no musical "Os Miseráveis", ficou em terceiro. Na disputa entre as atrizes, as opiniões ficaram mais divididas. Dos 1.158 norte-americanos ouvidos na pesquisa, 12 por cento citaram Naomi Watts, que vive uma mãe às voltas com um tsunami em "O Impossível"; Jennifer Lawrence, de "O Lado Bom da Vida", teve 10 por cento das menções, e Jessica Chastain, de "A Hora Mais Escura", ficou com 9 por cento. Lawrence ganhou o Globo de Ouro de melhor atriz em filme comédia o musical, enquanto Chastain levou para casa o prêmio de melhor atriz de drama. Tommy Lee Jones e Sally Field foram os mais citados para os prêmios de coadjuvantes, ambos por "Lincoln". A escolha do comediante Seth MacFarlane como apresentador do Oscar foi aprovada por 42 por cento dos entrevistados. Mas 15 por cento dizem que preferiam Billy Crystal, veterano apresentador do prêmio. Ellen DeGeneres (12 por cento) e Steve Martin (10 por cento) também foram citados. O levantamento foi realizado entre os dias 11 e 15 de janeiro, com intervalo de credibilidade de 3,3 pontos percentuais.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Seletiva para Olimpíada de inverno atrai de Jadel Gregório a sedentários

Rápido, forte, louco e com disposição para ir à Olimpíada. Esse foi o perfil procurado pela CBDG (Confederação Brasileira de Desportos no Gelo) para formar suas equipes de bobsled e skeleton. Seletiva ontem em São Caetano do Sul (SP) teve a participação de 43 candidatos. Entre os interessados a competir no bobsled, espécie de corrida de trenó e chamado de F-1 do gelo, nos Jogos Olímpicos de inverno de Sochi-14, na Rússia, estavam atletas de alto nível, como Jadel Gregório, e sedentários, como Natan Gomes Martins. Seletiva para Olimpíada de inverno Duas vezes finalista olímpico no salto triplo, Jadel disse que a seletiva para entrar na equipe, apelidada internacionalmente como "Bananas Congeladas", era mais uma oportunidade de representar o Brasil em uma Olimpíada. "E toda oportunidade assim eu vou agarrar", disse ele. Atletas de atletismo eram maioria entre os que faziam os testes, que incluíam tiros de 30 m e 60 m, salto em distância parado, exercícios de levantamento de peso e corrida de 30 m com um carrinho que simulava o bobsled. Interventor da CBDG, Emilio Strapasson disse que os praticantes do atletismo aliam características procuradas: força e velocidade. O atual piloto da equipe brasileira, Edson Bindilatti, também veio do atletismo (especialista no decatlo). Ele disputou os Jogos de Salt Lake-2002 e Turim-2006 em funções cuja preocupação principal é empurrar o trenó. Ontem, havia especialistas no lançamento de disco, arremesso de peso, velocistas, entre outros. Muitos nunca tiveram contato com um clima mais frio. "Nunca vi neve, mas sempre achei o bobsled legal", disse Gerson Carvalho dos Santos, 24, especialista no lançamento de disco. Apu Gomes/Folhapress Jadel Gregorio faz testes para formar as equipes de bobsled e skeleton Além dos atletas de alto rendimento, a seletiva também atraiu os curiosos Natan, 20, e Luan Martins, 22. Os irmãos souberam do evento e resolveram aparecer. "Foi legal", afirmou o sedentário Natan. "Mas não dá para competir, trabalho em escritório de contabilidade e fico sentado o dia inteiro." Estagiário de direito, Luan contou fazer natação e musculação há três meses e ter disputado provas de corrida e salto em distância "com os escoteiros" quando criança, mas também ficou longe dos melhores concorrentes. No teste de peso, ele conseguiu levantar 125 kg -muitos foram até o teto, 250 kg. Além dos testes físicos, os candidatos preencheram um questionário, que também seria utilizado na seleção. Os resultados serão divulgados até sexta. A ideia é formar equipes de dois e quatro no bobsled masculino, mais reserva, e de duas no bobsled feminino, mais suplente. No skeleton, trenó individual em que compete de barriga para baixo, serão escolhidos um homem e uma mulher. No mês que vem, os selecionados fazem duas semanas de treino no Canadá. Em março, competem nos EUA. É preciso participar de pelo menos cinco competições, em três pistas diferentes e em duas temporadas para pleitear vaga olímpica. "Se não competirmos em março só poderemos pensar na Coreia-18", disse Strapasson. A CBDG não pretende disputar o skeleton em Sochi.