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quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Fim do visto deve levar mais 300 mil brasileiros aos EUA

Os Estados Unidos vão receber 316 mil turistas brasileiros a mais todos os anos se o Brasil for incluído no programa de dispensa de visto. Esse é o cálculo da US Travel Association, entidade que representa empresas de turismo norte-americanas e faz lobby pela dispensa do visto para os brasileiros. A associação faz a estimativa com base no aumento no fluxo de turistas de outros países que já foram incluídos no programa de dispensa de visto para entrar no país. O número de turistas brasileiros nos Estados Unidos deve chegar a 1,8 milhão neste ano, uma alta de 18% em relação a 2011, de acordo com o Departamento de Comércio dos Estados Unidos. Segundo o governo norte-americano, a espera para se marcar a entrevista do visto americano no Brasil caiu de 140 dias para um a dois dias neste ano, após a implementação de medidas como o aumento de funcionários, de consulados e dos horários de trabalho nos postos. Editoria de arte/Folhapress LEGISLAÇÃO A US Travel Association aposta em uma proposta de lei tramitando no Senado americano para acelerar a inclusão do Brasil no programa de dispensa de vistos. Hoje, os países precisam reduzir o percentual de candidatos a visto rejeitados para abaixo de 3% para conseguirem ser incluídos nos programas de dispensa de visto. O Brasil tem taxa de rejeição de cerca de 3,8%. O projeto de lei Jolt Act, tramitando no Senado, aumenta esse índice para 10%. A proposta é incluir países como Brasil, Chile, Polônia, Israel e Croácia no programa. Em 2008, o então presidente George W. Bush incluiu a República Tcheca, Estônia, Hungria, Látvia, Lituânia, Eslováquia e Coreia do Sul. Ao todo, 37 países estão hoje no programa. RECIPROCIDADE "O governo brasileiro precisa intensificar suas gestões junto ao governo americano para entrar no programa de dispensa de vistos", diz Patricia Rojas, vice-presidente de assuntos governamentais da US Travel Association. "Hoje em dia, metade das viagens dos brasileiros para o exterior é para a União Europeia, que não exige vistos. Nós queremos receber parte desses turista, e eliminar o visto é a principal maneira", diz Patricia. Se os Estados Unidos dispensarem os brasileiros de visto, o governo do Brasil terá de oferecer reciprocidade, eliminando os vistos para os turistas americanos. "Portanto, o programa também aumentaria o número de turistas americanos vindo para a Olimpíada e a Copa do Mundo", afirma a representante da entidade.

domingo, 20 de janeiro de 2013

Fotobiografia traz contradições e mal-entendidos da vida de Cartola

Minha vida é como um filme de mocinho. Acabei vencendo quase no final." Livro traz CD com gravação do último show de Cartola Assim Cartola (1908-1980) resumia sua atribulada trajetória, na qual o amplo reconhecimento artístico e o relativo sossego financeiro só viriam a partir dos 65 anos (sete antes de sua morte), quando conseguiu gravar o primeiro de seus quatro discos. Divulgação Retrato do cantor e compositor Cartola incluído no livro O roteiro deste "filme de mocinho", incluindo imagens de alguns momentos simbólicos, está registrado em "Divino Cartola - Uma Vida em Verde e Rosa", fotobiografia escrita por Denilson Monteiro, que está sendo lançada pela Casa da Palavra. O livro, em edição bilíngue (português-francês) graças ao patrocínio de empresa francesa, traz um CD com o último show registrado do mangueirense, no penúltimo dia de 1978, em São Paulo. Mostra um personagem marcado por contradições e mal-entendidos, desde o nascimento: Agenor foi registrado erroneamente como Angenor -e só descobriria isso aos 56 anos, passando a adotar o registro oficial. Seu nome artístico também é fruto de um engano: o chapéu-coco que comprou para proteger o cabelo dos respingos de cimento, quando trabalhou como pedreiro, aos 15 anos, foi erroneamente chamado pelos colegas de obra de cartola, e o apelido pegou. Elegante no trato e no visual, dono de "delicadeza visceral", como escreveu Carlos Drummond de Andrade em texto reproduzido no livro, Cartola foi mulherengo, bom de copo e de confusões, principalmente na juventude. "Eu conhecia a figura daquele senhor elegante, de postura reta, que você ficava contemplando, e descobri esse jeito mais malandro dele no início da vida, o que me surpreendeu", diz o autor. Não por acaso, quando Angenor perdeu a mãe, aos 17 anos, e saiu de casa brigado com o pai, este deixou um recado para quando o filho voltasse à Mangueira: "Vou-me embora deste morro, mas deixo aqui um Oliveira para fazer a vergonha da família." Divulgação O cantor quando menino O vaticínio não se confirmaria, mas Cartola penaria um bocado antes de se tornar o orgulho não apenas da família, mas da Mangueira, a escola de samba que ajudou a fundar (e que nomeou). MANUSCRITOS Além de fotos de diversos momentos da vida do artista e dos ambientes que ele frequentava --a Mangueira e seus sambistas do início do século passado, suas casas, seus amigos e amores--, o livro reproduz manuscritos. Neles, é possível notar não apenas a cuidadosa caligrafia, mas modificações feitas em clássicos como "Disfarça e Chora" --cujos últimos versos originalmente diziam "E seu pranto / Oh triste senhora / É molhar no deserto" em vez de "vai molhar o deserto", como acabou registrado. Monteiro diz ter aproveitado a pesquisa para "acabar com lendas", como a de que o clássico "O Mundo É um Moinho" teria sido feito para uma filha que saiu de casa --foi inspirada por um amigo abandonado por seu amor. CANÇÕES DE ERASMO Monteiro concentra suas atenções em um livro com as letras de Erasmo Carlos, feito em parceria com o próprio -uma espécie de biografia das canções do Tremendão. Também está envolvido em dois documentários sobre figuras cuja biografia escreveu: Carlos Imperial (1935-1992) e Ronaldo Bôscoli (1928-1994). DIVINO CARTOLA - UMA VIDA EM VERDE E ROSA AUTOR Denilson Monteiro EDITORA Casa da Palavra QUANTO R$ 80 (208 págs.)