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segunda-feira, 23 de setembro de 2013
Em volta aos anos 80, Iron Maiden faz melhor show da noite de heavy meta
A banda britânica Iron Maiden participou pela terceira vez do Rock in Rio, encerrando a edição de 2013 do evento com um repertório dominado por músicas antigas, que celebram a trajetória da banda e se confundem com a própria história do heavy metal, estilo musical que dominou as atrações deste domingo (22).
O repertório, mesmo apresentado pelo grupo em São Paulo na sexta-feira, recupera faixas da turnê "Maiden England", que divulgava o álbum "Seventh Son of a Seventh Son", de 1988. A fase é considerada uma das mais importantes da banda, que viveu seu auge durante a primeira estadia do vocalista Bruce Dickinson, do final de 1981 até 1993, um ano após o lançamento do disco "Fear of the Dark", responsável por renovar por pelo menos mais uma década o legado do grupo.
Setlist do Iron Maiden no Rock in Rio
Qual foi o melhor show do sétimo dia de Rock in Rio 2013?
André Matos + Viper
Destruction + Krisiun
Helloween + Kai Hansen
Kiara Rocks
Sepultura + Zé Ramalho
Slayer
Avenged Sevenfold
Iron Maiden
Resultado parcial
Nos primeiros instantes, antes de a banda entrar ao palco, os telões mostravam imagens de icebergs, aves de rapina e paisagens, aumentando o nível de expectativa dos fãs, que encararam filas enormes desde cedo no dia mais concorrido do festival. Pouco tempo se passa até uma explosão indicar a entrada meteórica da banda, com Dickinson dando o primeiro de uma série incontável de saltos em um espetáculo à parte.
Curiosamente, o frontman de 55 anos continua o mesmo das apresentações anteriores no Rock in Rio - em 1985 e 2001, esta que rendeu a gravação de um DVD e CD ao vivo. Dono do palco que parece desenvolvido para suas corridas, ele gesticula e brinca com o pedestal de seu microfone, passeia por cima de uma câmera móvel, troca de roupa inúmeras vezes e, claro, dá pulos impressionantes para um roqueiro de sua idade. (Paul Di'Anno, o vocalista original do Iron Maiden, que saiu em 1981 logo após o lançamento do álbum "Killers", não teria a mesma desenvoltura mesmo que quisesse, a julgar pelo tamanho em que ressurgiu no festival, também neste domingo, como convidado da banda Kiara Rocks, no palco Sunset).
Ao se dirigir ao público, Dickinson é menos criativo, apela para sua marca registrada - os chamados de "Scream for me Braziiiil" (gritem por mim, Brasil) - e os lugares-comuns de todo gringo: cachaça, caipirinha e churrasco. Mas a estratégia batida é tão eficiente para ganhar a atenção do público quanto as suas piruetas.
Ao introduzir a faixa "Afraid to Shoot Strangers", de "Fear of the Dark", o público bradou mais uma versão do canto futebolístico "olê, olê, olê, olê", como de praxe em shows que agradam.
A noite reservaria uma série de coros durante refrãos das músicas mais aguardadas, começando com "Can I Play With Madness", "The Trooper" e "The Prisoner". Pulos da multidão tomariam conta da Cidade do Rock durante faixas como "Phanton of the Opera" e "Number of the Beast", introduzidas no miolo do repertório, trecho que marca o ápice do show.
Mas Dickinson ainda é capaz de surpreender, especialmente quando aparece em sua versão mais bizarra no palco, usando devilock vampiresco, corte de cabelo da banda de horror punk Misfits, durante a faixa "Seventh Son of a Seventh Son".
Mais conservadores, outros rostos famosos do grupo como o baixista e fundador Steve Harris e o guitarrista Dave Murray arriscam poucas corridas, mas seguem cada vez melhores quanto à rapidez e à versatilidade de seus dedos. O baterista Nicko McBrain, escondido atrás de pratos altos, mantém o nível técnico da apresentação tão bem quanto os guitarristas Adrian Smith e Janick Gers.
Nos momentos em que os músicos brilham, Dickinson se ocupa com brincadeiras com a plateia, faz caretas e ainda aproveita para fazer merchand da britânica Unicorn, microcervejaria da qual é dono.
O carismático boneco mascote gigante Eddie - que estampa praticamente todas as capas de discos do Iron Maiden e sempre dá as caras a certa altura do show do grupo - encerra o arsenal de atrações vestindo um uniforme ao estilo "Três Mosqueteiros" durante as músicas "Run to the Hills" e "Wasted Years". A roupa é parecida com a usada por Dickinson durante o clássico "The Trooper", na qual carrega a bandeira do exército do Reino Unido.
Foram 100 minutos de puro heavy metal, que encerraram bem o último dia de atrações do Rock in Rio com o hit "Running Free", primeiro single oficial da história do Iron Maiden, lançado em 1980. A organização do Rock in Rio elevou o nível das atrações de metal em 2013, trazendo grupos com legiões de fãs como Slayer, Destruction e Avenged Sevenfold, mas o posto de melhor show da noite -- na acepção completa da palavra -- ficou com a "Donzela" mais uma vez.
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