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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Dizer 'bem feito' sobre acidente de Isis Valverde é atestado de machismo

O acidente de carro sofrido por Isis Valverde, no dia 31 de janeiro, alimentou ainda mais as manifestações contra à atriz na internet, iniciadas quando ela foi apontada como pivô da separação de Grazi Massafera e Cauã Raymond, anunciada no fim de 2013. Nas redes sociais e nos comentários dos sites que noticiaram o acidente, internautas fazem ironias e piadas com o caso, e dizem que Grazi teria feito macumba. Alguns chegaram a comemorar o ocorrido, justificando que Isis mereceu a lesão sofrida (ela fraturou a vértebra C1 da coluna) por ter se envolvido com um homem casado e, com isso, "destruído um lar". É comum que as aventuras e desventuras amorosas dos famosos despertem interesse. No caso do suposto triângulo amoroso vivido por Ísis, Grazi e Cauã –nenhum dos três, até o momento, confirmou nada– a revolta direcionada a Isis chama a atenção: ela ganhou o título de vilã da história e a fama de culpada pelo fim de um casamento cuja situação ninguém, a não ser os envolvidos, sabe como era. Na opinião do psiquiatra e terapeuta sexual Carlos Eduardo Carrion, o repúdio a Isis vem do fato do ser humano adorar a ideia de estabilidade, mesmo que ela seja ilusória. "Quando uma terceira pessoa surge na vida de um casal, revela uma falha naquele relacionamento, que, teoricamente, não deveria existir. E a terceira pessoa é sempre considerada a errada", explica. A antropóloga Mirian Goldenberg, professora do curso de pós-graduação em Sociologia e Antropologia do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), afirma que a maior parte das críticas a Isis vem de outras mulheres. São várias as razões: projeção, idealização romântica, machismo e herança cultural. Os famosos funcionam como uma espécie de reflexo do medo de rejeição que as pessoas carregam dentro de si. "Muitas mulheres pensam: se até a Grazi, que é linda, rica, querida, mãe dedicada e profissional reconhecida passa por um perrengue desses, imagina o que pode acontecer comigo? Será que já está acontecendo?", exemplifica Mirian. E aí fica mais fácil, prático e catártico extravasar a raiva nas redes sociais.

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